Tudo passa a fazer parte de um ciclo de amadurecimento.
Quando comecei a estudar fotografia, resolvi beber diretamente na fonte da fotografia paulistana, e fui estudar na Escola Focus de Fotografia junto à lenda Enio Leite.
Entre processos químicos iluminados por tênue luz vermelha e muitas risadas, ouvi pela primeira vez um nome: Juan Esteves.
Se fosse hoje, bastaria digitar esse nome no Google e descobrir quem é Juan Esteves, porém, naquela época, tive acesso a algumas revistas e livros de fotografia que a própria escola disponibilizava para os alunos.
Fiquei encantado com a beleza dos retratos em preto e branco e, desde então, passei a aplicar em meu trabalho a inspiração da linguagem fotográfica de Juan.
O tempo passou, a PBMAG nasceu e já está em sua segunda edição, onde tenho a honra de publicar um dos belos trabalhos do mestre Juan Esteves.
Ainda durante a concepção do projeto da PBMAG, definimos que ela seria uma revista praticamente sem textos, onde as imagens pudessem narrar as impressões de seus autores à medida que fossem observadas.
Dessa forma, para cada autor seria reservado um pequeno espaço para sua biografia resumida, seus contatos e apresentação de portfólio.
Quando recebemos o material de Juan, confesso que levei um susto, pois não conhecia totalmente sua extensa biografia.
O que fazer? Seria justo resumirmos a trajetória?
Passei horas observando suas imagens, e entre um café e outro disse a minha esposa:
“A biografia do Juan é praticamente a fotografia de sua vida e não merece ser cropada”
Meu dilema havia terminado e o conceito adotado.
A biografia se transformou numa fotografia.
Com vocês, a segunda edição da Revista PBMAG.
Tyto Neves – Agosto de 2016